- Área: 150 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Paulo Dourado
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Fabricantes: Aldeia Acabamento, Arquivo Contemporâneo, Casa Mix, Finart, Gruta Mármores e Granito, Interpam, Moksha, Vivá revestimentos especiais
Descrição enviada pela equipe de projeto. Para o arquiteto Daniel Almeida, o projeto ideal é o que mobiliza no sujeito uma experiência espacial contemplativa, sensorial, que transforma o espaço em uma composição artística. Principalmente, quando se trata do apartamento e refúgio do amigo e artista contemporâneo Marcelo Solá, onde a principal preocupação era ter uma arquitetura e mobiliário que fosse uma dobra da estética das suas obras. Seu objetivo era construir ambientes que possibilitam encontros com a arte de Marcelo e que, além disso, traduzem suas referências e influenciam em seu processo criativo. Afinal, estar em volta dos seus quadros, dos seus objetos, dos móveis assinados, das obras de outros artistas, é se deparar com a diversidade de suas massas, volumes, cores e texturas.
Basicamente, a ideia era traduzir em seu apartamento as conhecidas massas de cor do artista e sua aproximação com a natureza e a arquitetura. Para isso, a planta de 150 metros quadrados, distribuídos em dois pavimentos, foi dividida em caixas coloridas; a cozinha amarela, o lavabo vermelho, o banho do casal verde, o banho do hóspede azul e o salão central cinza. Todos eles ambientes percebidos em conjunto, mas visto como quadrados singulares, telas a serem vistas dentro de outras maiores, integradas por contrastes harmônicos.
Assim, no primeiro andar, vemos o enquadramento da cidade de Goiânia numa pele de vidro, que ilumina a sala de estar e que pode ser apreciado por quem se senta no sofá mole de Sérgio Rodrigues. Ao lado, se encontra uma sala de estar para recepção dos amigos, frequentadores que são responsáveis pelos diversos quadros que se encontram junto aos de Marcelo Solá. Então, suas referências, tais como Daniel A. Costa, Siron Franco, Poteiro, Pitágoras, são dispostas organicamente em um conjunto que preenchem o ambiente, os fazem conversar entre si e seus materiais de sua pintura: a arquitetura e a cidade. Formam o bloco principal do concreto, do cinza, do encontro da densidade e do diverso.
A varanda, em contraposição, ao lado dessa caixa maior, é uma extensão que permite a contemplação de forma distinta. Ela permite o conforto dos ânimos, enfatiza a relação do artista com a natureza por meio do jardim vertical na forma de uma cachoeira verde entre pedras ferro filetadas.
Do outro lado, no outro extremo da sala de estar, se encontra a caixa amarela da cozinha, mais monocromática e solar. Ela ganha evidência no contraste entre o cheio e o vazio, dando um acolhimento no seu minimalismo, que foi replicado no banho de hóspede e no lavabo.
No pavimento inferior, os quartos se tornaram ambientes mais intimistas. A cama do quarto principal, de inspiração japonesa e madeira pinus, dão textura, mas ao mesmo tempo se contrasta com a irreverência e o humor, também traços do artista, vistas nas obras de arte que decoram o ambiente. O mesmo é também realizado no quarto de hóspedes.
Seguramente, o projeto final executado é a troca de admiração e criatividade entre arquiteto e artista, não se percebendo afinal quem é quem no produto final.